Registo
Arranco de mim palavras que não tenho ...
Risco-me de números que não sou!
Tento caracteres estranhos no registo do nada que não exprimo.
O papel arrepende-se de me servir e dá ao lápis a liberdade do suícidio.
Ficaram os riscos sem significado do nada que não registei num papel encorrilhado e baço que serviu de mortalha ao lápis agora cadáver.
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I grab from myself words I don't have...
I erase myself from numbers I am not!
I get hold of strange signs to register the emptiness I can't express.
The paper regrets having served me and allows the pencil the freedom of suicide.
Meaningless scribbles of the emptiness I couldn't register is what remained on a crumpled paper the pencil - now corpse - used as coffin cover.