Postal de Domingo à tarde
Anda por aí um BLOGO-SUICIDA à solta!!! Vão ao
e ajudem-me a convencer este TEIMOSO a continuar por estes lados!
POR FAVOR!!!
Estendo as mãos
cheias de Nada
a quem me pede Tudo.
Delas saem silêncios
em interrogação,
Ternura calada
em espera ansiosa
que do Nada que possuo
surja o Tudo que me pedem.
Languidamente
permito outras mãos
cheias de Muito
daquilo que não possuo.
Aperto-as ávida.
Sinto-lhes a Emoção
forte, fremente,
fluindo em mim,
reanimando o Tudo
que era Nada
que agora estendo
ao Nada das mãos
que me pedem Tudo.
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The above Poem speaks of giving Hands plenty of Nothing being searched for by other Hands in search of All. There's the deceiving feeling of not being able to give All when these very Hands are in badly need of Anything that can make them return to the former power of Giving.
These Hands eventually allow Emotion eagerly gotten from other Friend Hands which makes them regain the former power of giving All when begging Empty Hands are in search of Something.
Hoje lembrei-me desta cançã o
---- "Canção de Madrugar" ----
...Letra de Ary dos Santos...
que tem um Poema que acho Lindo!
DE LINHO TE VESTI
DE NARDOS TE ENFEITEI
AMOR QUE NUNCA VI
MAS SEI.
SEI DOS TEUS OLHOS ACESOS NA NOITE
SINAIS DE BEM DESPERTAR
SEI DOS TEUS BRAÇOS ABERTOS A TODOS
QUE MORREM DEVAGAR
SEI MEU AMOR INVENTADO QUE UM DIA
TEU CORPO PODE ACENDER
UMA FOGUEIRA DE SOL E DE FÚRIA
QUE NOS VERÁ NASCER. IREI BEBER EM TI
O VINHO QUE PISEI
O FEL DO QUE SOFRI
E DEI DEI DO MEU CORPO UM CHICOTE DE FORÇA
RASEI MEUS OLHOS COM ÁGUA
DEI DO MEU SANGUE UMA ESPADA DE RAIVA
E UMA LANÇA DE MÁGOA
DEI DO MEU SONHO UMA CORDA DE INSÓNIAS
CRAVEI MEUS BRAÇOS COM SETAS
DESCOBRI ROSAS ALARGUEI CIDADES
E CONSTRUÍ POETAS
E NUNCA TE ENCONTREI
NA ESTRADA DO QUE FIZ
AMOR QUE NÃO LOGREI
MAS QUIS.
SEI MEU AMOR INVENTADO QUE UM DIA
TEU CORPO HÁ-DE ACENDER
UMA FOGUEIRA DE SOL E DE FÚRIA
QUE NOS VERÁ NASCER
ENTÃO:
NEM CHOROS, NEM MEDOS, NEM UIVOS, NEM GRITOS,
NEM PEDRAS, NEM FACAS,
NEM FOMES, NEM SECAS, NEM FERAS,
NEM FERROS, NEM FARPAS, NEM FARSAS,
NEM FORCAS, NEM CARDOS, NEM DARDOS,
NEM GUERRAS
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I got to think of an old song which took part of the selection for the Portuguese representative in the Eurovision contest in 1970. This sing lyrics was written by José Ary dos Santos, a milestone in the Portuguese contemporary poetry.
It's a beautiful Love Poem.
Procurando alguma coisa interessante para publicar hoje (sim porque nestes últimos dias o que tenho posto aqui é ... indefinível!) deparei com este poema de Saramago, nosso Prémio Nobel da Literatura quer se goste ou se deteste!
E decidi que seria este o conteúdo do meu "post" de hoje... Porquê? Porque acho que de certa maneira somos todos este Poeta de que ele nos fala... Que vivemos num circo de que nos queremos alienar das mais diversas formas mas cuja saída é aquela que ele nos apresenta no Poema: acabamos a "uivar às estrelas desprezadas" em procura de uma redenção duvidosa.
Circo
Poeta não é gente, é bicho raro
Que de jaula ou gaiola se escapou
E anda pelo mundo às cabriolas,
Aprendidas no circo que inventou.
Estende no chão a capa que o disfarça,
Faz do peito tambor, e rufa, salta,
É urso bailarino, momo sábio,
Ave de bico torto e pernalta.
Ao fim toca a charanga do poema,
Todo feito de notas arranhadas,
E porque bicho é, bicho ali fica,
A uivar às estrelas desprezadas. José Saramago
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When looking for something interesting for today's post ( I'm aware I haven't been posting anything worthwhile lately!) I came acrross with a Poem by José Saramago our Nobel Prize for Literature whether we agree on that or not !...
And I've decided for this Poem content -
Saramago tells about the Poet being a rare beast which has escaped from its cage and goes around the world as if itwas performing some kind of show in a circus, and which plays a poetic tune by the end of its show, poetic tune that is made up of unmusical notes. And because the Poet is a beast, it just stays there howling into the sky where the so much despised stars are twinkling (this is a poor summary of the Poem content! I do apologize for only being able to convey it in such a poor way!)
- because I think we are all in a certain way represented by this Poet. We all live in a circus and we all want to alienate ourselves from it in the most different ways but our only wayout is the one Saramago speaks about in the Poem: we all end up by "howling" towards "those despised stars" searching for a dubious redemption.
The lunatic, the lover, and the poet
Are of imagination all compact
A Midsummer Nightâs Dream. Act v. Sc. 1.