Tributo a P.
De hoje de tarde surgiu esta fotografia que provocou o remexer em papéis antigos onde, há alguns anos atrás, depois de saber de P. registei o que publico:
"Quando o conheci, tinha ele doze anos.
Rosto redondo, olhos brilhantes, sorriso garoto.
Chamavam-lhe P.
Escrevia, com letra miudinha, textos bonitos que me deliciavam nas viagens (de transportes públicos) de regresso a casa depois de uma manhã repleta de aulas.
O P. não era como os demais.
A sua insuficiência física fazia-o Sentir diferente: a sua Sensibilidade era diferente.
O P. sabia cativar.
A pouco a pouco, a sua timidez foi-se atenuando e o círculo daqueles que com ele privavam foi aumentando.
Um dia o P. viu-se preso a uma cadeira de rodas.
A Mãe (que MÃE!) temeu pela sua adaptação.
E o P. tomava agora parte em brincadeiras que lhe traziam mais cor, mais Alegria à expressão.
Nos recreios, o P. tinha condutor e até participava em “corridas” que punha os adultos, por vezes, em “estado de choque” e que tiveram como resultado algumas escoriações.
Os anos passaram.
O P. entrou na Faculdade, licenciou-se.
O P. começou a trabalhar.
Os contactos com o P. espaçaram-se. Vi-o pela última vez quando entrou para a Faculdade de Letras e depois ... ... nunca mais.
NUNCA MAIS.
Do P. apenas me resta uma fotografia, onde ele deixa transparecer no rosto garoto a Alegria de ESTAR VIVO.
Do P. tenho os seus escritos e desenhos.
Do P. ficou o POETA.
E são os seus Poemas que me asseguram que
O P., POETA
NÃO MORREU. "
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
This is a simple tribute to
a very Dear Friend
who isn't among the living anymore but who still lives in our Hearts!